quinta-feira, 27 de agosto de 2009

História da padroeira

Santa Eulália

A perseguição de Maximiano contra os cristãos alastrou-se, no fim do terceiro século, por todas as regiões do Império Romano e, portanto, à Península. A comunidade cristã florescia e a crueldade dos pagãos recrudesceu com mais violência no centro mais importante da Espanha, na cidade Emérita Augusta, chamada hoje Mérida. Os habitantes fugiram pelos campos e bosques. Assim fez Libério com a esposa e a única filha, uma moça de 12 anos já conhecida pela sua bondade e modéstia. Eulália, no seu esconderijo, não tinha sossego ao saber que muitos irmãos da cidade eram vítimas das perseguições. Resolveu um dia, embora tão nova e fraca, intervir directamente junto do legado imperial. Numa noite, com uma amiga de nome Júlia, partiu para Mérida. Chegada à frente do Pretor pediu-lhe encarecida e corajosamente que acabasse com a perseguição. O legado imperial, pasmado pela audácia da rapariga, procurou de mil maneiras fazê-la renegar a sua fé. Ao ver inúteis palavras e ameaças, ficou desnorteado e condenou Eulália a torturas terríveis, a que resistiu com a força sobrenatural que o Espírito de Deus lhe comunicava. Queimada com tochas ardentes, ainda teve forças para dizer ao algoz : « Deita sal no meu corpo para que não me apresente insossa ao meu Esposo celestial ! » Era o dia 10 de Dezembro do ano 304. Também Júlia foi martirizada: deceparam-lhe a cabeça. O exemplo de Eulália deu novas forças aos cristãos; foram muitas as vítimas santas da perseguição, mas finalmente os pagãos deram-se por vencidos. A fama da Mártir de Mérida difundiu-se rapidamente até às comunidades mais longínquas e Eulália foi venerada e amada por toda a parte.

domingo, 9 de agosto de 2009

História da freguesia

Deve o seu nome à existência de uma Comenda da Ordem dos Hospitalários. Guarda uma história riquíssima, ainda mal explorada, mas que pode ser participada, bastando que se calcorreie os quase desaparecidos caminhos, as veredas, as margens dos pequenos regatos, sempre na iminência da descoberta.
Existe uma carta do Mosteiro de Pendorada, de doações a particulares, do mês de Maio do ano 770, que fala da fundação da Igreja de Santa Eulália, realizada depois da presúria (ocupação cristã, após retirada muçulmana deste território). Em 1216 a Igreja de Santa Eulália já se encontrava na posse da Ordem de Malta, em Leça do Balio, com a designação de "Santa Ovaya de Sousella", "Sousella de Caães" ou "Santa Olalha de Sousella". Como a Ordem tinha abundantes bens, cederam ao Bispo do Porto, D.Hugo, seis grandes casais, e ao prior de Leça, D. Martinho, e a seus sucessores, diversas igrejas, entre elas a de Santa Eulália, suprimindo ainda a obrigação do fornecimento de um jantar anual, que era incumbência do mosteiro.
Segundo as Inquirições de D. Afonso III, de 16 de Maio de 1258, o Capelão Geraldo Pires informa que a igreja de "Sancte Ouaye de Sousa" era do "hospitalis" e que a Ordem a teve de testamento de D. Teresa Gonçalves, meia-irmã do Conde D. Mendo de Sousa.
Em 1758, Pantaleão Machado Abreu e Silva, reitor da Igreja Paroquial de Santa Eulália da Ordem, pertencente à Religião de Malta, refere que a freguesia se situa na Província de Entre-Douro-e-Minho, Arcebispado de Braga, termo e comarca da cidade do Porto, concelho de Aguiar de Sousa. Sendo que a freguesia tem como donatário o venerando Balio de Leça.
Igreja: É uma igreja que se insere num românico muito tardio, provavelmente já dos finais do século XIII. Desta época conserva as paredes laterais e os seus dois portais. A fachada foi remodelada durante o século XIX. No seu interior destaque-se a pia baptismal, seiscentista, e os retábulos colaterais, exemplares antigos de talha de estilo nacional.
Capelas: Não existem capelas públicas na freguesia, mas sim uma particular da Casa de Real iniciada em 1758.
Outros locais de interesse: Por toda a freguesia podemos encontrar os marcos de pedra com a cruz da Ordem de Malta esculpida em baixo relevo, que serviram para delimitar a Comenda de Santa Eulália que aqui existiu.
A Casa de Real foi berço do Bispo de Mariana, D. Frei Manuel da Cruz. Refira-se, ainda, as Casas de Argonça e de Além, rodeadas dos seus campos de cultivo à margem do Mezio

sábado, 8 de agosto de 2009

Heráldica

Este brasão foi elaborado há pouco tempo, por isso que a maior parte dos habitantes ainda não tem conhecimento da sua existência, assim como por exemplo o significado de cada símbolo do brasão. As únicas fontes que nos poderiam informar a cerca do significado de cada símbolo do brasão eram alguns membros da junta de freguesia, mas segundo o presidente da junta de freguesia Moisés Ribeiro, só nos foi possível saber que o brasão significa as origens e tradições da freguesia. Por isso fica por desvendar o nome e o significado de cada símbolo do brasão.

domingo, 19 de julho de 2009

ORIGEM DO NOME

A designação de “Santa Eulália da Ordem” decorre da evolução fonética do nome “Eulália” e da evolução semântica da palavra “Ordem”.
No que concerne à evolução fonética, o nome “Eulália” deriva de “Ovaia ou Olaia de Sousa”, como era designada desde a época das inquirições do rei D. Afonso III (1258).
A designação de “Sousa” deve-se à necessidade de distinguir a povoação de uma outra, denominada “Ovaia de Sabrosa” e de outras terras com a mesma padroeira ou orago.
Quanto à designação de “Ordem”, nome que hoje prevalece, provém do facto das casas, quintas e igreja paroquial terem sido doadas à “Ordem religiosa e militar de S. João do Hospital ou de Malta”, como ficou a ser conhecida após a doação feita pelo rei Carlos V, da Ilha de Malta que fica entre a Cicília e a costa de África.
A corroborar o que fica dito, estão os marcos geodésicos cuja configuração nos levou à pesquisa de elementos comprovativos na Biblioteca da Câmara municipal e na História do Professor J. Hermano Saraiva.
Esses marcos contêm uma cruz orbicular “pateada” onde se vislumbram quatro escudos apontados para o centro; ou, se quisermos, constituída por quatro triângulos cujos vértices convergem para o mesmo centro, o qual, simbolicamente, há quem considere Cristo.
Daí o relacionamento com os objectivos da Ordem de Malta: Hospitaleira, guerreira e cristianizadora.
Seria bom que a população actual reflectisse sobre estas origens e as repercutisse em realidades actuais.